quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

CASTELO BRANCO - Um autor merece uma segunda chance?

Ohram Pamuk ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 2006. Desde então, seus livros ganharam visibilidade pelo mundo inteiro. Eu, Flavia, fui nesta onda e comprei "Istambul". Não só por ele ser um premiado, mas porque fui à Turquia em 2007 e fiquei encantada. Mas o mesmo não aconteceu com o livro. Melancólico, arrastado, chato. Foi minha impressão.

Mas, então, recebemos esta indicação da Pedrita, que deu 10 para "Castelo Branco" do mesmo autor. Por isso, resolvemos inovar e, além publicarmos a impressão de nossa leitora, queremos sua opinião: você dá uma nova chance ao autor quando não gosta de um livro dele?

O Castelo Branco - Ohram Pamuk
200 páginas - Companhia das Letras
Gênero - romance

Por que leu este livro?
Eu gosto muito desse autor. Tinha lido Neve que deu ao autor o Prêmio Nobel de Literatura e fiquei fascinada! Quando vi esse em oferta na internet, não exitei. Orhan Pamuk é ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 2006.

O livro é sobre...
O Castelo Branco me lembrou bastante "A Obra em Negro" de Marguerite Yourcenar. É ambientado no século XVI, mesmo período que é abordado o livro da Yourcenar. Enquanto o personagem da Yourcenar tenta desvendar os mistérios da medicina, o protagonista de "O Castelo Branco" concentra seus estudos na astronomia. Mas como todos na época, há várias reflexões sobre diversas áreas: medicina, filosofia, astronomia, geografia. Então os personagens acabam se parecendo.

O que achou mais interessante?
Nosso protagonista é italiano, ele é preso em um barco e vai parar na prisão de Istambul. Pelos seus poucos conhecimentos médicos e um bocado de sorte torna-se protegido de um Paxá. Depois um sósia turco consegue tê-lo como seu escravo e pede que ele lhe ensine tudo o que sabe. Achei muito interessante quando começam os debates e debates sobre o pouquíssimo conhecimento que os dois têm.
E uma complexa teia de questionamentos astronômicos e sobre a nossa existência. Como nessa época sabia-se muito pouco de ciência e há muito obscurantismo, Pamuk consegue ir a fundo em questões milenares que eternamente nos perguntamos, quem somos, fé, religiões. É um texto intenso e complexo. Gostei muito!
Acabamos nós mesmos nos questionando como é possível dois homens nascerem absolutamente iguais em continentes tão diferentes. Além dessas questões existenciais o autor ainda debate religião, ciência, medicina, poder e vários outros temas nas discussões dos dois personagens principais.

Para quem recomenda?
Para todos que gostem de ler sobre esse período de busca pelo conhecimento sem ter informações científicas e de muito obscurantismo.

Que nota você dá?
10
Pedrita - http://mataharie007.blogspot.com/

5 comentários:

Pedrita disse...

eu adoro esse autor. ainda quero muito ler istambul. eu tinha amado neve e resolvi comprar esse e amei igualmente, embora neve e o castelo branco sejam muito diferentes. obrigada por colocar meu questionário. beijos, pedrita

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Oi Pedrita, sua resenha está muito boa. Você esplana bem a estória do livro sem entregar o ouro, rs.

Parece ser bem interessante este livro.

Eu daria sim uma chance sem sombra de dúvidas.

Um abraco e valeu.

SAM disse...

É interessante notar como cada livro, escrito por um mesmo autor, nos toca de uma forma diferente.

Depois de... dois (?) anos entro o momento que terminei o livro e hoje, não me lembrava de nada do que foi aqui dito! Lembrava-me de como o autor era eloquente na construção frásica, em como era capaz de descrever acontecimentos ou imagens entre duas vírgulas de forma sublime.

E, claro, a Pedrita não entregou o ouro, mas o ouro desse livro, é, sem dúvida de ficar boquiaberto!

Pedrita, foi uma ótima resenha! Obrigado :)
Agora vou é dar mais umas chances ao Pamuk e ver se leio o Neve!

Pedrita disse...

sam, nossa, vc leu o livro. sabe q eu tb me surpreendo com resenhas. pq cada um lê um mesmo livro de várias formas, percebe uns momentos e passa despercebido outros. é delicioso trocar experiências e eu não tinha prestado a atenção nessa história das vírgulas, vou dar uma olha. beijos, pedrita

Vanessa Anacleto disse...

Adorei a dica já que ( santa ignorância) nunca havia ouvido falar deste autor.

E sim, eu dou segunda chance. Um caso de um julgamento errado meu terrível foi Fernando Sabino. Li Zélia, uma paixão assim que foi lançado e achei simplesmente horrível um autor consagrado prestar-se a um papel daqueles ( eu e meio mundo, bem entendido, não errei sozinha). Acontece que eu nunca havia lido nada dele antes. Segui a vida até uns 3 anos atras quando li Encontro Marcado e faço penitencia por ter julgado Sabino mal até hoje.

abraço

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